Existem vários tipos de amor por ai, e eu escolhi o mais torto pra te amar. É um amor assim, com sabor de fel, de sonho inacabado, de beijo não dado. É um desespero entre te querer e o medo de perder, mas nessa brincadeira de te amar trocado, enganado, calado, eu nunca o tive de fato. Esse amor louco que vive de estações, intercala entre a lua e o sol, o tempo passa e você passa com ele, e aquele vento de fim de tarde te trás de volta e meu peito te acolhe como se nunca tivesse partido.
Eu poderia te amar de um jeito comum, simples, mas o que na vida é simples, essa impetuosa vida que dilacera a cada dia os anseios de cada um de nós? Eu queria sim, te amar de um jeito simples, pacato e bonito como aquele momento em que um beija - flor pousa no ar e bate suas asas numa velocidade incrível e faz o coração de quem vê bater na mesma frequência. Eu denominei doença, essa paixão que me arrebata, que oscila numa querencia suave e no reboliço da raiva destrói, desconstrói as peças do lego que é essa situação, essa relação. Eu denominei doença o calor que eu sinto ao pensar em você, o rubor que permeia minha face e o meu medo de te olhar nos olhos e deixar transparecer uma coisa qualquer que nem eu mesma sei dizer. Eu denominei doença esse amor torto, a fim de me proteger.
E eu me sento ao sol, a lua e divago, será que sempre vai voltar? Me tomar? Será que algum dia será? Se passará de perguntas para respostas eu não sei, é apenas mais um SE. O que sei é que com todos os defeitos, todas as falhas, os nadas que continuam a acontecer eu ainda quero você, eu ainda penso numa maneira de fazer isso funcionar, mesmo com a esperança em baixa, arrastada, não sei se finjo estar cansada ou se é de veras, mas sentimentos não se discute, se sente e eu o sinto aqui, embrulhando meu estomago, oras de amor, oras de raiva, oras de ansiedade e eu sinto você e amo todos seus defeitos, e faço questão de grita-los bem alto, para continuar na doença de guardar tudo que me agrada em você só pra mim, no meu intimo e fingir que esse amor torto não é nada, é só um sopro, e não é nada que eu não queira para a vida inteira.
Ai, você sempre me deixa sem palavras.. lindo, lindo, lindo!
ResponderExcluir:) Isso me deixa feliz! Obrigadaa lindeza!
ResponderExcluirEis a tradução de minha doença, Mah:
ResponderExcluir"Amor a distância na verdade é uma pilhéria, mentirinha cheia de graça. Ninguém ama a distância. É simples: não há distância para o amor. O afastamento físico em nada traduz a anedota do amor à distância, corpos afastados são apenas corpos afastados, não tem o condão de diminuir o amor, de esquecê-lo ou substituí-lo. Não é o amor que está distante, é o exercício dos sentidos. Os sentidos não se aplicam. Não se sente o gosto, o cheiro, o toque, não se olha nos olhos, não se afaga o cabelo, não transpira, não pira... Apenas se ouve. É o ouvir que alimenta o amor, que acende a imaginação e aguça a memória, o ouvir bem é o primeiro passo. O segundo passo é manter o pensamento forte para que o querer não se desmanche. O terceiro passo é se mostrar presente, demonstrar que sente. O quarto passo é se comprometer e não apenas participar. O quinto passo é não permitir que a falta se transforme em ausência. A falta sentida dá saudade, a ausência traz esquecimento. Ausência não é amor à distância, é indiferença. Não faz falta é tchau e “bença”. Corpos separados, coração disparado, pensamento alado e peito apertado. Namorar à distância faz planejar o encontro, contar dias, horas, minutos...fantasiar e viver em confronto com a expectativa. O “relacionar-se” é à distância, não o amor. O amor é o que mantém perto, mantém quente malgrado a inércia dos sentidos. Vive de mãos dadas com a saudade e se orgulha de um feito: não existe rotina, rotina em namoro é defeito. Amansa os sentidos, esquenta o coração pelos ouvidos...é difícil, é exigente: é perfeito."
Ps.: belíssimo texto, amiga =). O meu "amor à distância" possui uma inspiração nada sutil, sei que me entende. Para todo mal uma cura, a minha está a 1050km, para ser mais precisa. ^^
Gabi