terça-feira, 20 de agosto de 2013

Amor perecível e para sempre



Foi o que eu disse pra ela: o amor, ele é perecível. Não é como se pensa, que pronto, se ama e deu. Se empacota o sentimento e a validade perdura o infinito, porque deve ser possível. O que mata o amor é o pra sempre, toda vez que alguém pressupõe que aquele amor será para sempre, que não existe igual, ele começa a definhar aos pouquinhos no mundo de expectativas que lhe enfiam. 
E dia nasce, noite morre e o amor se esvai talvez com a ventania da temporada invernal ou dentro de um bolso qualquer, feito papel esquecido logo antes de a roupa girar na máquina que a lava. É burrice, é insanidade pensar que ama-se e pronto, que firmado um afeto, seremos reféns dele. O que se tem do amor são momentos que se propagam por um espaço de tempo, curto ou não, que às vezes pega o peito da gente e aperta feito aparelho de medir pressão e outra nos infla e faz querer flutuar feito balão perdido na imensidão do céu azul.
Amor entorta, vira do avesso, desintegra verdades absolutas, algumas vezes não resiste as idealizações mais coloridas que a dura realidade havia pincelado no subconsciente. É preciso trato, ser comedido, amar requer cuidado. Apegue-se ao carinho atrás da orelha, uma admiração bem colocada, viva-o sem a racionalidade dos cálculos de dores passadas. Contente-se com a deliciosa sensação de adormecer de conchinha esta noite e apenas esta noite, agradeça o lucro de um café da manhã, por esta manhã, faça planos, mas que a vida de vocês não dependam um do outro para funcionar, é na leveza que se encontra segurança, que se ganha mais uma hora, um dia, outra semana. Esqueça o pra sempre, amar além de um sentimento é uma decisão, você decide amar alguém naquele momento e pronto, deixe a eternidade pro universo.
E ela me perguntou sobre Romeu e Julieta, Tristão e Isolda e eu disse: Amar é a delicadeza de um poema intenso que propaga na eternidade pela beleza de sua palavras, de fato, do amor ficam apenas as lembranças.

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