terça-feira, 15 de outubro de 2013

Prateleira vazia


E naquela tarde o telefone não tocou. O silêncio ecoava num espaço largo, quilômetros e quilômetros de distancia e qualquer um poderia ouvir o grito da minha solidão...
ela se foi.
Num curto espaço de tempo se fez memoria, a doce lembrança do que tive e deixei voar. Mas ela era feita pra voar, seus pés de bailarina não me esperariam por tanto tempo, eu fui tolo, naquele compasso branco, seu vestido rodado dizia que ela me queria, seus olhos castanhos falavam de amor... e eu achava que sobreviveria, que sua ausência presente não me faria menos do que sou.
E nesta tarde o telefone não tocou, por uma semana os lençóis ficaram intactos e meus sorrisos opacos. Ela só queria dançar, leve como plumas no ar...
e eu fui um tolo por não perceber que aquela menina era o meu lar.

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