Durante um tempo em nossas vidas o beijinho da mãe sara todos os machucados que adquirimos, seja uma dilaceração no joelho ou um arranhão da queda de bicicleta. Há um momento entre a contusão no braço e a dor no coração que esse beijo deixa de ser milagroso e você acaba se sentido fraco demais pra suportar a vida, esse momento é a perda da inocência e não deveria acontecer sem aviso prévio.
Você deveria ter tempo para guardar suas bonecas, engomar os vestidos, guardar a coleção de carrinhos ou de super – heróis, mas não tem. Um dia você acorda e a casinha aconchegante no meio do bosque não existe, e percebe que há muito mais coisas que ira te fazer mal do que a velha maçã envenenada. O lanterna verde não tem mais o seu anel, o homem aranha descobre que precisa de escadas até pra trocar uma lâmpada e isso é tão cruel. O príncipe descobre que a cinderela não é tudo aquilo que ele pensava e a Bela adormecida ao acordar nota que o tempo passou, as pessoas não são sempre as mesmas e o castelo mudou enquanto ela adormecia.
E tudo isso vem de uma vez, sem amortecedores, a queda é uma só o baque é pesado, ás vezes eu acho que isso não deveria acontecer que o beijo da mamãe deveria curar tudo para sempre, porém nesse instante eu caio na armadilha e vejo a lógica de tudo, pois o para sempre não existe, ele é só uma fantasia, uma palavra abstrata que criamos para tornar as coisas mais bonitas, mais profundas. O que nos resta é criar asas e tentar voar antes do tombo, o que nos resta é segurar a mão de quem estar por perto, remendar o vestido rasgado, reajustar a velha fantasia de super – herói e enfrentar a vida real, encenando os velhos contos de fada, mesmo sendo a Bella sem a Fera, Rapunzel sem longas tranças, Batman sem Robin, o que for o que tiver de ser, será e isso é a ” amadurecência “ e no final essa coisa desconhecida deve valer a pena, deve ter sabor de algodão doce e bolo de chocolate
*amadurecência: crescimento
Escritora predileta ! Nem preciso falar mais nada né !
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