domingo, 11 de novembro de 2012

Descarregos de fim de ano



  Ainda estamos em novembro,mas hoje aquele sentimento de fim de ano apossou-se de mim e num rompante resolvi escreve-lo, pois o que mais posso fazer com todas essas emoções se não transcreve-las e compartilha-las com amigos ocultos. Pois bem. No final da noite, olhando para longe e pro nada caiu a ficha de que mais um ano se vai e mal tive tempo de avalia-lo e decidir se valeu a pena ou não, vez que a ânsia de começar a prometer coisas e traçar metas apoderou-se da minha mente.
 
  Haverá um final de ano no qual o desejo de mudança não exista? Acredito que seja impossível. É um misto de medo, desejo, sonhos, anseios e esperança, a esperança de começar tudo de novo, de uma maneira diferente. São os mesmos 365 dias, mas quando você se toca que faltam menos de 60 dias para o inicio de uma nova vida, tudo se transforma, a promessa é ser mais calmo, mais amigo, menos egoísta. É de estudar mais, realizar projetos antigos, seja da dieta que empacou depois do carnaval, a volta pra academia,um novo vestibular, um novo emprego.
 
  Dezenas de tópicos vieram a minha mente, o frio na barriga quase me sufocou, pois anormal que sou quero tudo ao mesmo tempo. Então comecei a traçar mentalmente meu inúmeros desejos para 2013, que de cara penso que será um ano "show de bola", pois se escaparmos deste 2012 apocalipitico, um ano com final 13 deve ser maravilhoso, sim, eu escolho o 13 como um número de sorte, azar já basta aquele que me vem sem eu nem mesmo acreditar. Sendo assim desejei ser menos indecisa e confiar mais em mim, ser mais forte, menos preguiçosa, menos chorona, menos "maria vai com as outras", menos mandona, menos ignorante, mais feliz.
 
  O que eu mais desejo é deixar para trás o que não acrescentou, o que magoou. A gente tem mania de querer mais, de querer apenas aumentar a lista e esquece que muitas vezes o necessário é deixar, deixar certas amarras, magoas e medos. Meu medo pro ano seguinte é de não realizar os desejos do ano findo, mas maior que esse medo é a insana esperança, esse ato maravilhoso de "esperançar". O que seria de nós humanos frágeis, sem a força que a esperança trás? Qual seria o nível de desespero se não houvesse essa possibilidade, essa luz no fim do túnel de poder recomeçar do zero, tudo zeradinho, 1/1/2013. Coisa mais linda, o dom de "esperançar".
 
  Eu desejo aos meus amigos esse sentimento, que eles pulem as 7 ondas, que comam as uvas e tenham alguém para beijar na virada do dia 31, que eles façam todas essas mandingas, supertições, simpatias, a fim de um ano melhor, mais bonito, mais verdadeiro e que eles nunca deixem de acreditar na mudança, na oportunidade de fazer tudo diferente de conquistar novos horizontes. Romântica extremista que sou acredito e nunca deixarei de acreditar, por mais que eu fraqueje, há sempre um novo ano, um novo gosto de novo, de sonho fresquinho saindo do forno. Neste fim de ano faça a sua sessão do descarrego, retire numa caixa as más lembranças, os maus sentimentos e incie uma nova página. Tudo novo, de novo!
 
 
Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.
[Carlos Drummond de Andrade]
 
 
 
 

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