Era uma manhã tão linda e ensolarada que me motivou a chutar o balde.
O sol tem essa mania boba de recarregar minhas energias e me libertar
da negatividade que insiste em me acompanhar. Gastei todo o meu ódio e
dei meu melhor grito de liberdade quando derramei a água velha, suja e
que fazia parte de mim há tanto tempo, que eu já não sabia identificar
se era pele, carne ou lodo. Vesti minha roupa preferida e uma
sobreposição de inocência. Cansa bancar a esperta o tempo todo. Uma hora
você deixa as armas de combate de lado, dá um sorriso que transborda
ingenuidade e diz: “e agora?”.
Por ora, parei de esperar que as pessoas sigam meu script. Descobri que planejar demais não é o mesmo que realizar
todos os seus planos e bater todas as suas metas. E a vida tem uma
mania estranha de nos surpreender. Ela te dá o que quer, quando menos se
espera. É quando você se pega com um sorriso no rosto e um surto de
amnésia que não te deixa lembrar do quanto você já chorou. Ela te mostra
que enquanto você quiser muito algo, vai haver uma distância razovável
entre você e o seu objetivo. Isso tudo é aquilo que
dizem sobre estar distraído o suficiente pra receber o que merece.
Esperar demais cansa. E o cansaço te faz aceitar qualquer migalha.
Parei de desejar que fosse doce tudo o que me envolve. Comecei a desejar o amargo, o azedo ou qualquer coisa que saísse do maldito gosto que engorda as borboletas no estômago.
Desejei o que de pior pudesse existir, porque de doce em doce, a única
coisa que tem sobrado é meu enjoo de tudo. E dessa vez, só dessa vez, eu
preciso ver que nem tudo dá tão errado assim e que ainda há esperança.
Cansei da ânsia de vômito que o mundo me causa enquanto absorvo a doçura
alheia. Hoje eu sei que não basta remar, re-amar e amar, tem que
continuar. Sem se cansar, sem desistir, sem “mas…”. E de repente, você
se pega não mais desejando, nem esperando. Apenas continuando. Eu tenho um plano: não fazer mais plano algum.
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